É raro uma música transcender fronteiras de gênero, religião e até mesmo ocasião. "Hallelujah", de Leonard Cohen, é uma dessas joias raras. Ela ecoa em casamentos, celebrando a união e o amor, e também em funerais, oferecendo consolo e esperança. Mas, por trás da melodia que hoje é onipresente, há uma história rica, complexa e profundamente humana, enraizada em narrativas bíblicas que muitos de nós aprendemos, talvez, em cursos como o "Hello English Lovers".
A beleza de "Hallelujah" reside em sua ambiguidade poética. Cohen levou anos para escrevê-la, compondo dezenas de versos que exploram temas de fé, dúvida, amor, perda e redenção. Embora a palavra "Aleluia" seja um grito de louvor a Deus, a música de Cohen não é um hino religioso tradicional. Ela se aprofunda nas complexidades da experiência humana, usando referências bíblicas para pintar um quadro de vulnerabilidade e resiliência.
A História Bíblica por Trás da Canção
O curso "Hello English Lovers" acertou em cheio ao destacar as raízes bíblicas da canção. As passagens mais frequentemente associadas a "Hallelujah" são:
Davi e Bate-Seba: A linha "The baffled king composing Hallelujah" (O rei perplexo compondo Aleluia) e "She tied you to a kitchen chair, she broke your throne and she cut your hair, and from your lips she drew the Hallelujah" (Ela te amarrou a uma cadeira de cozinha, ela quebrou seu trono e cortou seu cabelo, e de seus lábios ela tirou o Aleluia) aludem à história do Rei Davi e Bate-Seba, e também a Sansão e Dalila. Davi, um rei e músico, é retratado em sua falibilidade, em seu desejo e em suas consequências. A "quebra do trono" e o "corte do cabelo" são metáforas para a perda de poder e a vulnerabilidade que vem com as paixões humanas. Mesmo em meio ao erro e à fraqueza, Cohen sugere que ainda há um "Aleluia" a ser encontrado – talvez não um de alegria pura, mas um de aceitação e reconhecimento da complexidade da vida.
O Rei Davi e a Lira: A imagem de Davi, o salmista, compondo para Deus, é central. Davi é frequentemente associado à música e à adoração, e a referência a ele na canção evoca a ideia de que a música pode ser um veículo para expressar as emoções mais profundas, sejam elas de alegria, tristeza ou dúvida.
A genialidade de Cohen está em pegar essas narrativas ancestrais e transformá-las em algo que ressoa com a experiência moderna. Ele não nos dá respostas fáceis; em vez disso, nos convida a explorar as nuances da fé e do desespero, do sagrado e do profano.
De Canção Obscura a Fenômeno Global
Apesar de sua profundidade, "Hallelujah" não foi um sucesso instantâneo. Lançada em 1984 no álbum "Various Positions", inicialmente teve pouca projeção. Foi através de versões de outros artistas, como John Cale e, mais notavelmente, Jeff Buckley, que a música começou sua ascensão meteórica. A interpretação de Buckley, em particular, com sua voz etérea e emotiva, capturou a imaginação de milhões, transformando a música em um hino para uma nova geração.
Hoje, "Hallelujah" é uma das músicas mais regravadas de todos os tempos. Sua maleabilidade permite que seja adaptada a diversos estilos e vozes, mantendo sempre sua essência emocionante.
Por Que Ela Nos Toca Tanto?
Então, por que "Hallelujah" é tão poderosa em momentos tão distintos como um casamento e um funeral?
Em um casamento, ela pode ser interpretada como um reconhecimento da beleza e da imperfeição do amor. O "Aleluia" aqui é sobre a jornada compartilhada, os desafios e as alegrias, a promessa de fidelidade em meio à vida real. Não é um amor de conto de fadas, mas um amor profundo e resiliente, que encontra a divindade nas conexões humanas.
Em um funeral, a música oferece consolo. O "Aleluia" pode ser um lamento, uma aceitação da perda, mas também uma esperança de algo além. Ela fala da nossa mortalidade, mas também da resiliência do espírito humano e da capacidade de encontrar beleza e significado mesmo na dor. É um lembrete de que, mesmo nas sombras, há luz.
"Hallelujah" é, em sua essência, um reflexo da condição humana. É uma canção sobre a nossa busca por significado, a nossa luta com a fé e a dúvida, e a nossa eterna busca por conexão. É um "Aleluia" que não é sempre de pura alegria, mas que, no fundo, celebra a vida em todas as suas facetas, imperfeições e glórias. E é por isso que, de igrejas a salas de concerto, de altares a túmulos, ela continua a ecoar em nossos corações.
Fonte:
Curso Hello English Lovers link: Lovers' Community | Faça parte da Nova Era do Inglês - Hello English Lovers
Link do Youtube da música: APRENDA INGLÊS COM MÚSICA - Hallelujah - Leonard Cohen
Blog do Tony: Blog | Literally by Anthony Rosenberg
Comentários
Postar um comentário